quinta-feira, 26 de abril de 2012

revoluções?

uma dos meus maiores motivos de felicidade music wise em 2012 foi o facto de wonky dos orbital ser um óptimo disco. o facto de ter saído numa altura em que andava a ouvir o in sides e o snivilization também ajudou ao entusiasmo, mas permitiu-me esquecer a existência do the altogether e do blue album. esperar uma obra-prima dos irmãos hartnoll era injusto e wonky sustenta-se nos seus méritos sem qualquer condescendência. afirmei-o declaradamente.

^^ o que me leva ao facto de que devia escrever sobre o parastrophics dos mouse on mars - pensando em regressos - mas faltam-me ainda ideias mais concretas para escrever algo adequado a uma banda que numa determinada altura foi a minha favorita. importa não perder o momentum.

falando em "bandas favoritas" - termo parvo, eu sei - aproveitei este artigo colectivo em celebração ao 25 de abril para escrever sobre o transient random-noise bursts with anouncements dos stereolab - que é, muito provavelmente o meu disco favorito deles, apesar de um carinho muito especial pelo pobre cobra and phases group play voltage in the milky night. music for the jilted generation foi a minha outra escolha, como que a lembrar como os prodigy foram verdadeiramente grandes. bring back 94?

muito recentemente, e motivado pelo dark york do le1f - que apesar de se arrastar um bom bocado tem umas 6 ou 7 canções de grande valor, como esta - tenho andado a ouvir rap nascido no epicentro queer de NY. 'ima read' é a primeira grande canção saída dessa cena, e escrevi sobre ela no bodyspace aproveitando o facto para linkar um artigo recente na pitchfork sobre tudo isto. estejamos atentos, porque não há necessidade de andar iludido com embustes como death grips ou spaceghostpurp. e do pouco que ouvi, também não percebo a euforia em torno das theesatisfaction.

não esqueci as mixes. 

quarta-feira, 18 de abril de 2012

directos

este texto ao broda era para ter aparecido no bodyspace em cima da data de lançamento, mas por todas as razões para a falta de escrita em tempos recentes que tenho vindo a mencionar, só agora me pareceu decente. também não tinha o mínimo de interesse em fazê-lo de modo displicente.

o catch up às mixes de 2012 tem sido feito de modo brando, mas talvez deixe as que mais se destacam ainda hoje. a entrada da maya jane coles na série dj kicks a encher a tarde com todo o aplomb.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

ainda

sobre os talking heads e sem me querer alongar demasiado :

num determinado ponto considerava-os a minha banda favorita - foi das primeiras bandas que me fez dançar, numa altura em que uma militância indie completamente idiota me impedia inconscientemente de o fazer - ou simplesmente porque quase tudo aquilo que ouvia não o possibilitava*. serviram também como um interlúdio estranhamente adequado para me submergir pelo r&b (curiosamente, foi também por esta altura - 2001, para aí - que comecei a compreender a genialidade do prince, se uma ligação remota fosse necessária). além disso, que melhor disco poderia existir do que remain in light (depois de ter descoberto, pouco tempo antes, o stop making sense a friendly price numa worten) para alguém que, como eu, na altura andava obcecado com noções de experimentalismo em torno da canção?**

* houve também, mais ou menos por essa altura, um período de imersão pelo post-punk circa 78/82 como espaço de manobra para que fosse possível dançar sem me sentir estúpido (enfim, teen angst). todo o aspecto cerebral desse período que é hoje a razão pelo qual não ligo puto a nenhuma dessas bandas - a que não ajudou o revival encabeçado por cenas como os rapture e demais filiações à DFA. com excepção, talvez, no Y de pop group. this heat é outra coisa, obviamente.

** daí a chegada a miss e...so addictive e a todo o mundo de possibilidades consequentes.

breakfast of champions

a ausência total de posts neste espaço desde o balanço trimestral deve-se ao facto de, simplesmente, não ter ouvido qualquer produção recente ao longo destes dias - excepção a armor on, obviamente, e ainda tenho de ouvir new life da monica.

como tal, o tempo tem sido passado com prince, talking heads e police. regressos habituais :

o primeiro deve-se ao facto de ter andado a ler o livro sobre o sign o'the times pelo michaelangelo matos - leitura muito interessante, como seria de esperar, falhando apenas numa melhor articulação entre a descoberta do disco pelo matos em 87 (que poderia ser aprofundada, tendo em conta o facto de ele também ser de minneapolis) e a análise crítica posterior ao mesmo. serviu, acima de tudo - porque sign o'the times já há muito que está no panteão - para dar uma nova oportunidade ao graffiti bridge, e descobrir que apesar do filler normal num disco daquela dimensão - temporal e conceptualmente - existem momentos suficientes para compensar tudo aquilo que é supérfluo : só por canções como 'joy in repetition', 'elephants & flowers' ou 'thieves in the temple' já valeria a pena.*

também motivado pela 33 1/3 - entretanto deve estar a chegar a casa o use your illusion I & II pelo eric weisbard - fui desencantar os três álbuns dos talking heads produzidos pelo brian eno. more songs about buildings and food e fear of music continuam a ser brilhantes, mas remain in light ainda se eleva ligeiramente - por diversas razões, essencialmente técnicas, sobre o qual não me interessa muito estar aqui a discorrer. aguardo com algum ansiedade pelo livro do lethem - chronic city é um fascinante retrato de deriva em NY como já não pensei ser possível fazer - até porque num determinado ponto da minha vida considerava-os a minha banda favorita. ao ouvir estes discos hoje, percebo facilmente porquê.

e deveria haver muito mais amor pelos police. é certo que a voz do sting é potencialmente irritante - acquired taste? - ainda para mais quando se pensa no descalabro que é a carreira a solo, mas existem demasiadas canções incríveis para que se resuma a banda a um par de singles em constante rotação - 'every breath you take' e 'roxanne' levadas ao enjoo. mesmo que não tenham nenhum álbum perfeito - synchronicity e ghost in the machine andam perto, com a plena consciência de arriscarem um pouco mais - há todo um percurso absolutamente singular que merecia ser relembrado com mais frequência. e 'walking on the moon', claro.

*ausência gritante de músicas do prince no youtube. muito provavelmente, retiradas a pedido (ordem?) do próprio. tendo em conta a persona, não é minimamente surpreendente.

^^ post matinal para acompanhar o café. apenas.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

1/4

para já, e sem querer entrar em euforias desmedidas, 2012 está-se a revelar um ano bastante prazenteiro - mesmo que não tenha ouvido assim tanta coisa : assim de cabeça, espero ouvir o disco do red trio com o nate wooley, mountains do mano le tough, o ep do preditah, modern jester do aaron dilloway e mango sunrise de food pyramid em breve. por uma questão de organização interna (ou capricho idiota) prefiro deixar de fora canções dos discos escolhidos :

discos :

dawn richard - armor on
kalenna - chamber of diaries
john talabot - fin
blondes - s/t
mouse on mars - parastrophics
orbital - wonky
young thug - i came from nothing 2
teyana taylor - the misunderstanding of teyana taylor
sutekh hexen - larvae
voices from the lake - s/t
daniel menche - guts
schoolboy q - habits & contradictions
belbury polly - the belbury tales

canções :

melanie fiona ft. sean paul - 4am remix
miguel - adorn / ...all
the dream - kill the lights
usher - climax
flights of fancy - tempo of the night
cham ft. o - tun up
agent sasco - hot
photonz - spectre
bubble club - seven hills
konshens - gun shot a fire
macka diamond - nah fail
demarco - a nuh my fault
lady saw - like mi mate
sky needle - creepertown

misc :

robert truman - flux
kenneth higney - attic demonstration
drexciya - journey of the deep sea dweller 1
iueke - tapes

algumas boas a óptimas mixes, também. entretanto deixo aqui as que mais interessam.