sexta-feira, 30 de março de 2012

toque

a ausência foi-se perpetuando, mas acabou por ser "compensada" com esta review gigantesca a dois discos nascidos das cinzas das dirty money. lendo-a agora, percebo que fui algo precipitado em algumas das ilações mais descritivas, mas sinto-as como verdadeiras, ainda assim. 'armor on' é um daqueles discos que me pode levar facilmente à hipérbole, pelo que vou apenas dizer que é a coisa vinda do r&b que mais me entusiasmou desde, sei lá, 'how to be a lady vol. 1'?

apesar de tudo o resto correr o risco de parecer redundante, 'the misunderstanding of teyana taylor' é uma mixtape de valor. 'art dealer chic vol. 2' do miguel também, mas isso já era expectável. algumas palavras sobre eles em breve.

projectos pendentes não foram esquecidos. a maturar lentamente. amanhã ou domingo, o habitual "balanço" do trimestre.

terça-feira, 13 de março de 2012

ventos

em dias algo tumultuosos, o pouco tempo que é dedicado a ouvir música quer-se o mais confortável possível. daí o regresso a discos familiares - por estes dias têm sido os três primeiros dos r.e.m., rastakraut pasta do moebius com o plank e o in sides dos orbital a ter esse papel de modo mais do que dignificante. este espaço sofre com isso, claro. por ora, e porque já o devia ter feito, deixo duas recomendações de duas pessoas que valem a pena ler :

o joão moço tem mantido o movimentos oblíquos com belos textos sobre aquilo que de mais vital se passa na comédia (e ele é um dos que melhor sabe sobre o assunto) e canções tão importante como a 'kill the lights' do dream.

menos activo, o alexandre elias deixou já algumas impressões interessantes no colpo grosso. mesmo que não ligue puto a games - nunca ouvi o visions, e posso estar enganado, mas a primeiras canções dela não deixaram grande impressão.

o resto do tempo tem-me permitido ver wild palms - objecto singular da televisão do início dos anos 90, talvez a tentar capitalizar a bizarria na ressaca do twin peaks. tem mão do oliver stone, o james belushi no papel principal e está bastante datada, mas tenho um soft spot por este tipo de objectos estilizados (pense-se nos filtros do manhunter do mann ou na plasticidade visual do csi:miami) e por toda a imagética corporativista paranóica e falsamente utópica de uma los angeles pejada de alusões oníricas. há também algo de nostálgico em tudo aquilo = memórias vagas da sua existência. admira-me que não seja objecto de culto em torno de malta embrenhada em torno da hauntology, hypnagogic pop, etc.

talvez a próxima semana seja mais activa por este espaço. há planos. por muito vagos que estes sejam.

terça-feira, 6 de março de 2012

correctivos

ao contrário do que supunha vagamente no meu post anterior, 'hot' não se trata de um riddim do genius, mas antes do dave kelly - tão somente a minha figura preferida em todo o espectro dancehall. o que, enquanto reflexo (afterthought induzido, talvez) acaba por a inserir num continuo lógico com o efeito hipnótico/enevoado, e quase psicadélico no seu sincretismo sintético, das suas últimas produções : overdrive ('rat tat tat' é clássica) ou eighty five*. descobri por via desta versão do cham, pelo que é legítimo esperar por algo do pinchers (apesar do silêncio).

*stage show não tanto, mas é igualmente gigantesco, pelo que deixo aqui a memória.

sexta-feira, 2 de março de 2012

pontos

ultimamente este espaço tem estado confinado ao despejo de matéria que tenho escrito para o bodyspace. a razão prende-se com a ausência de pensamentos paralelos a tudo o que tenho deixado por lá. todos eles tem sido dedicados a um work in progress em torno do jungle e à leitura do let's talk about love do carl wilson. assim sendo, aqui ficam mais umas coordenadas :

interstellar da frankie rose serviu para (mais uma vez) me aperceber que poderia ter investido melhor o meu tempo, se não passasse tanto tempo enredado no shoegazing. apesar de quatro canções de valor.

fluxus não é um trabalho tão exaustivo quanto chapter eleven no que diz respeito ao digging da obra do robert turman, mas um trabalho tocante de enorme coerência. e presciente secreto de muita coisa (vale o que vale).

por falar em jungle, há uns meses indaguei pelo seapunk para descobrir um throwback decente aos seus tempos de glória, sobre uma cortina oceânica idiota.

pequenos blurbs sobre o primeiro volume da série art dealer chic do miguel e sobre o surpreendente regresso dos orthrelm (e também voltar a constatar a enormidade que é ov).

tenho gostado bastante mais do parastrophics dos mouse on mars do que previa. receios justificados de um fanboy assumido, depois da curva descendente pós-idiology. disco a ser alvo de resenha, em breve.

o álbum de estreia dos blondes tem vindo a ocupar a slot mental exclusiva do fin ao longo do último mês. não será tão imediato/memorável, mas tudo aquilo interessa. e muito.

sendo que andava muito desatento, o ano dancehall arrancou para mim com este colosso do assassin/agent sasco. não sei quem produziu isto, mas há qualquer coisa alienante do genius naqueles synths. duplicity e riva stone são os primeiros grandes riddims que ouvi este ano.