terça-feira, 27 de setembro de 2011

chegadas

já há uns meses tinha deixado um elogio breve a low fired clay escape, mas só agora tive hipótese de me debruçar sobre o disco. timing perfeito, numa altura em que estão a chegar ao out.fest. imperdível.

amanhã ou depois irá aparecer no bodyspace uma entrevista com uma das metades da banda.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

idades

tendo em conta o facto de não ouvi nada deles depois do reveal, seria um tanto ou quanto hipócrita lamentar o fim dos r.e.m.. sem qualquer falta de respeito = para todos os efeitos, foram a banda que me fez verdadeiramente gostar de música (out of time foi a primeira cassete que comprei por opção). e têm discos incríveis. nunca os vi. um top possível :

document
automatic for the people
murmur
fables of the reconstruction
new adventures in hi-fi

e o michael stipe é um dos gajos com mais classe de sempre. mesmo.

futebol feminino

é muito provável que não possa ir a este concerto. mas todos os que estiverem por lisboa (ou nas imediações) deviam ir. embora não tenha ficado deslumbrado com o pouco que ouvi da marisa anderson, a siren blares in an indifferent ocean ainda é um dos 10 melhores discos que ouvi de 2011, depois de todos estes meses.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

a rede

o bodyspace faz antevisão de 10 lançamentos até ao final do ano. blurb meu (bem automático) sobre schlungs dos mungolian jet set.

e um pequena "homenagem" ao danny wolfers. teac life é perfeito para aquelas tarefas nocturnas/madrugadoras*. mas poderá ser muito mais do que isso.

*o que me pôs a pensar no isdn. ideia muito pouco web 2.0. nostalgia gamer com a rádio em fundo? poderia sê-lo, mas nunca dei muito para isso. um setting idêntico, no entanto = aquela fuga ao silêncio circundante com uma projecção humana na distância. isto. ou a memória que tenho dele (faz muito tempo que não o ouço).

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

rodas

abafado pelas jams inconsequentes de make it real e on patrol (o nome tinha tudo para que se tratasse de algo bem melhor) e pela a ascensão dos beats reles da 100% silk, dawnrunner foi um dos discos da nnf mais mal tratados do ano passado. esquecida na enxurrada de lançamentos da editora estava esta pérola (oop) de loner-psych, evocativa dos grandes espaços dos estados unidos profundos numa perspectiva hitchhiker. disco de viagem debaixo de cacimba (sp?). e uma capa perfeita.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

borderline vazio

com todas as suas virtudes e defeitos, bermuda drain acaba por ser o resultado mais visível de uma espécie de linha de raciocínio que comecei por traçar de modo débil e quase-inconsciente aqui. na altura foi como se balizasse esses discos* com recurso a duas referências relativamente herméticas para depois as popular naquele imaginário fértil de música não-alinhada. deixando de lado a letargia dos sound effects per se pelo seu carácter funcional (mais uma necessidade do que um processo em si), é o fantasma do carpenter que assombra tudo isto com descaramento.

levando um pouco mais longe essa premissa, pode-se traçar uma linha que começa na militância reverente (e com pouco interesse) de xander harris/gatekeeper e vai adensado o campo de referências num continuo cada vez mais fractal. não necessariamente o ruído, mas uma crescente "preocupação" com o capture/release do som no seu estado mais volátil e/ou poluído. mesmo que não desemboque numa postura harsh, a via tende para esse fim por natureza. ignorando as estruturas rígidas pós-beat (o sequenciador como espinha dorsal para o facilitismo melódico = ABAB) e concentrando esforços no multitask tonal que privilegia a demanda.

em comum, todo um horror, mais ou menos subliminar, que chegou à estaticidade de homotopy to mary "vindo" do barulho de symphony for a genocide sendo depois revisto à luz do xerox da american tapes/hanson (a reclamar a herança trashy de spk, mas sem o tom contestatário), e é agora igualmente devedor de alguns rehashismos bem prementes do arcaísmo melódico da electrónica pós-dark star (não por acaso, também esta em descendência directa dos tais sound effects)**. ou como se a bso do texas chainsaw massacre (melhor de sempre) encontrasse fascínio nas potencialidades harmónicas de um arp ou prophet. ou seja, a estética slasher enquanto zona cinzenta que vai muito para além da violência gratuita e opressão brute force (que é razão pela qual não tenho o mínimo de paciência merdas de nome impronunciável, ruído impoluto e rasganços industriais) para assumir o abandono*** como o catalisador principal para o medo. cena loner. como de costume.

^^ aproveitando a dica do disco. sem grande espaço para grandes desenvolvimentos. só listagens (se interessarem).

*ouvi-os na mesma altura, por via desta esclarecedora entrevista com o chris madak (bee mask). o que me lembra que ainda não apanhei o elegy for beach friday. replication slave também teria lugar neste raciocínio e, noutro comprimento de onda, tenho gostado muito de tudo aquilo que ouvi de fluxmonkey e quicksails.

**antes de chegar ao cheesy intrigante de goblin.

***o próprio setting de uma realidade suburbana funciona como recusa de toda essa bonomia aparente.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

setembro

algum atraso justificado na rentrée do bodyspace. as segundas servem melhor o propósito de um (re)começo. para já, escritos meus sobre as novas malhas da melanie fiona e da jhene aiko.

em breve, uma opinião um pouco diferente do consenso generalizado em torno de bermuda drain. não é o melhor disco de prurient : black vase e pleasure ground, ftw (mesmo que hoje em dia não sinta grande necessidade de lhes pegar. espero que a memória não me atraiçoe).