quarta-feira, 31 de março de 2010

1/4

mais para referência pessoal. ou uma montra sem grande aparato visual e cingida ao namedropping. premente ou não, o que de mais relevante se passou em 2010 até agora. entre canções e discos e sem qualquer ordem.

excepter - presidence
tempa t - chatting shit
forest swords - dagger paths
rangers - suburban tours
julian lynch - in new jersey
ginz & kool money kwame - wet wipe riddim
christina carter - coupled
ariel pink - round & round
illmana ft. tazmin - kiss you
sightings - city of straw
kyle hall - kaychunk / you know how i feel
rihanna - rude boy
bee mask - in the balm yard : the nth dream of the thermo-hygrometer
t.i. - i'm back
zinc ft. ms dynamite - wile out
monica - blackberry


segunda-feira, 29 de março de 2010

suspeitas

'blackberry' não reúne aquelas vicissitudes que o poderiam tornar num single viável, mas ao ser relegada para faixa bónus de still standing legitima que se espere do sexto álbum da monica algo de forçosamente bom. produção low key da missy com espaço para um uso de samples entre o criativo e absurdo (elogio), sem com isso impor ao instrumental uma maior contundência do que a necessária para a faceta habitualmente cândida da monica. o refrão passa incólume. a temática é, como seria de prever, sobre o efeito pernicioso das telecomunicações numa relação. neste caso, ciúmes. prevalece a doçura na melodia central, mas a cadência algo trôpega desta acaba por instalar uma certa amargura subliminar. faria todo o sentido, pelo menos.

quinta-feira, 25 de março de 2010

passeios

ouvir a 'dome city' ou 'deerfield village' no regresso de algo, num dia cinzento-primavera como o de hoje, é converter apatia em movimentos quase documentais cheios de nada e gente. suburban tours é feito de momentos assim.

noutras latitudes, os subúrbios também se desenham assim:

sons :

dead machines - the night terrors
wolf eyes - dead hills
the kinks - village green preservation society
sonic youth - becuz
evan parker - monoceros
iran - the moon boys
lamborghini crystal - alien microwave
pavement - slanted & enchanted
black flag - my war

letras :

american pastoral - philip roth
white noise - don delillo
my loose thread - dennis cooper

sexta-feira, 12 de março de 2010

caminho

pequeno texto meu na sempre aprazível página do a9))) no jornal de leiria. parte de algo maior que, tivesse eu computador, deixaria aqui na íntegra. no fundo, meia dúzia de palavras sobre apatia. nada mais.

'rude boy' é, sem dúvida, o melhor single da rihanna em muito tempo.


segunda-feira, 8 de março de 2010

mclane à presidência

rever pela enésima vez o die hard (mesmo antes dos oscars) levou-me a clarificar três ideias latentes :
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trata-se mesmo do it's a wonderful life do cinema de acção.
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criando o john mclane demarcou-se claramente do eixo niilista (i.e. super homem) alicerçado em filmes over-the-top como o cobra, comando ou da saga rambo (c/ excepção do primeiro)*, profetizando a queda do grande herói americano filmada em toda a sua plenitude nesse meta-filme que é o last action hero.
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por ter realizado também o predator, desculpam-se ao mctiernan coisas como o hunt for the red october ou medicine man. ou grande parte de uma carreira muito desequilibrada.
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*enquanto reflexão (estereotipada) das dificuldades de adaptação ao american lifestyle dos veteranos da guerra do vietname, first blood vai muito para além do artificialismo estupidamente bélico e pirómano de todos os consequentes. e só tem uma morte.
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em sentido contrário a qualquer imediatismo presidence dos excepter é como o white album que ny merece. debati-me com o épico aqui.

sexta-feira, 5 de março de 2010

areia negra

não sendo uma completa novidade, 'never be your woman' terá de ser louvada por se tratar da melhor coisa saída do grime desde 'trouble'. comparativamente, enquanto esta última assentava numa estrutura r'n'g algo óbvia mas auto-suficiente enquanto alicerce emocional para as interpretações (especialmente aquele refrão da shola ama), 'never be your woman' é uma bizarria instrumental que procura a negação de qualquer impacto emocional. com a batida resumida a umas congas subterrâneas, sustenta-se num balanço caribenho misterioso submerso em reverb, cujo baixo enfatiza enquanto abandono. "well i guess what they say is true / i could never be the right kind of girl for you / i could never be your woman". com a entrada daquele sintetizador ascendente, desvirtuado do background dançável, a acentuar todo o vazio latente. que parece querer persistir.

vai cinzento

bem melhor do que ...introducing. título tão em consonância com o dia de hoje. aqui.

quarta-feira, 3 de março de 2010

a casa do luís

melhor de sempre :

terça-feira, 2 de março de 2010

matthew broderick

foi também graças ao pedro rios que descobri estes games, que são o sonho molhado de qualquer gajo que acompanhe afincadamente as reposições do miami vice no fx, descubra psicadelismo na 'eyes without a face' e se delicie com as bso's dos clássicos do amiga. 'planet party' trata-se disso mesmo, quando a bola de espelhos exerce um fascínio espacial e se pensa no phil collins ao ouvir os surtos vocais. 'everything is working' é o steakout sensual com um groove g-funk a imaginar os imogen heap a ecoar em fundo.
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as conclusões a tirar são :
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a) that we can play será certamente um dos ep's mais queridos de 2010.
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b) nada de mau poderá vir do cérebro do daniel lopatin (opn, infinity window et. al).
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c) 'crockett's theme' é essencial.

alto astral

depois das belíssimas explorações free-folk, o meu querido pedro rios entrega-se às memórias granuladas de um verão em super 8. a conferir com um sorriso no blog de branches enquanto se espera a chegada do sol.

segunda-feira, 1 de março de 2010

deixar o indie

não será, de todo, surpreendente que acolyte dos delphic tenha sido alvo de rasgados elogios um pouco por toda a imprensa britânica. sabe-se de antemão das leis proteccionistas da crítica por este tipo de confecções dançáveis e subtilmente melancólicas made in uk, geralmente inúteis. ressalvando que a minha paciência para com algo que poderá ser apelidado de "indie-dance act" não será a maior, (ou mesmo não existente) a pertinência deste post está toda na capacidade do emergente julio bashmore transformar um desinteressante exercício pós-modernista de revisão estilosa a technique em algo infinitamente mais entusiasmante. paradoxalmente mais modesto e sem qualquer tique rock eufórico-estilizado (= inconsequente). nem se trata, tão pouco, de uma canção. aproveita-se da melodia central para a recontextualizar em sucessivos andamentos subtis na linha de this bliss do pantha du prince com acesso a uma linha de baixo 2-step discreta e uma tonalidade geral de pós-festividade apaziguadora. e é tudo aquilo que necessito.
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o l-vis 1990 ainda consegue noutras latitudes resultados superiores ao original por força do wobble se rendilhar em síncopes mais provocantes (i.e. funky), mas deixa-se prender demasiado à estrutura, mantendo aquela voz insuportável de sofrimento fofo. vale o que vale.
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^^a conclusão possível a tirar é que 'halcyon' existiu para ser remisturado. no éter a sua vida extingue-se. esperemos.